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Impactos da Reforma Tributária sobre o Agronegócio: Entre Oportunidades e Desafios

Agro

Saiba quais são as perspectivas para esse setor com a Reforma Tributária

O agronegócio brasileiro, um dos pilares da economia nacional, encontra-se em um momento crucial com a recente promulgação da reforma tributária. As mudanças no sistema fiscal geram incertezas e expectativas sobre seus impactos no setor.

A reforma representa uma importante mudança no contexto político-econômico brasileiro e é fundamental que você, produtor rural e agroindústria, fique por dentro das mudanças que acontecerão no sistema tributário e se prepare para os seus impactos.

Abaixo, listamos alguns pontos positivos e negativos que são esperados para quando a reforma tributária for implementada. Vejamos.

Pontos Positivos:

  • Simplificação do Sistema Tributário: A criação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) unifica diversos tributos, como PIS, COFINS, IPI e ICMS, simplificando a gestão fiscal e reduzindo custos para as empresas;
  • Redução da Carga Tributária: A alíquota do IBS para o agronegócio está prevista para ser inferior à soma dos tributos que o substituem, o que pode gerar uma redução da carga tributária para o setor;
  • Competitividade Internacional: A simplificação e a redução da carga tributária podem tornar o agronegócio brasileiro mais competitivo no mercado internacional, impulsionando as exportações, já que haverá isenção de tributos sobre exportações, já que a cobrança deixará de acontecer na origem e passará a ocorrer no local da venda final;
  • Investimentos e Inovação: A reforma pode estimular investimentos e inovação no setor, com a desoneração de alguns insumos e a simplificação do processo de recuperação de créditos;
  • Modernização do Sistema Fiscal: A reforma representa um passo importante na modernização do sistema tributário brasileiro, com a possibilidade de torná-lo mais eficiente e transparente;

Pontos Negativos:

  • Incertezas e Insegurança Jurídica: A complexa implementação da reforma gera incertezas e insegurança jurídica para as empresas do agronegócio, dificultando o planejamento a longo prazo;
  • Aumento da Carga Tributária para Alguns Produtos: A tributação de alguns produtos do agronegócio, como o leite e a carne, pode ser aumentada com a reforma, impactando negativamente o consumidor final;
  • Dificuldades na Adaptação: A mudança de sistema exige tempo e recursos para adaptação, o que pode ser um desafio para os pequenos e médios produtores rurais;
  • Redução de isenções: com a reforma tributária, não haverá mais isenção do IPVA para caminhões e camionetes, necessárias ao produtor, além da diferença de alíquota a depender do tipo, valor, utilização e impacto ambiental desses veículos;
  • Progressão de alíquota: haverá alteração na alíquota do ITCMD (Transmissão Causa Mortis e Doação), com aumento progressivo de acordo com o tamanho/valor do patrimônio;
  • Concentração de Riqueza: A reforma pode beneficiar grandes empresas do agronegócio em detrimento de pequenos e médios produtores, intensificando a concentração de riqueza no setor.

Impactos por Segmentos do Agronegócio:

  • Produção Primária: A redução da carga tributária e a simplificação do sistema podem beneficiar a produção primária, especialmente os grandes produtores. No entanto, a desoneração de insumos pode gerar impactos ambientais e sociais.
  • Agroindústria: A desoneração de investimentos e a simplificação do sistema podem estimular a industrialização do agronegócio. No entanto, o aumento da carga tributária para alguns produtos finais pode afetar o consumo interno.
  • Exportações: A simplificação do sistema e a redução da carga tributária podem aumentar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. No entanto, a flutuação cambial e as barreiras comerciais internacionais podem influenciar o desempenho das exportações.

Distribuição dos Benefícios:

  • Pequenos e Médios Produtores: A complexa adaptação à nova realidade fiscal pode dificultar a participação dos pequenos e médios produtores, intensificando a concentração de renda em benefício dos grandes produtores.
  • Agricultores Familiares: O acesso a crédito e assistência técnica será essencial para que os agricultores familiares se beneficiem da reforma.
  • Trabalhadores Rurais: A reforma pode ter impacto positivo na geração de emprego e renda no campo, mas é importante garantir a proteção dos direitos dos trabalhadores rurais.

Questões Ambientais

  • Desoneração de Insumos: A desoneração de defensivos agrícolas e fertilizantes pode estimular o uso excessivo desses produtos, com impactos negativos no meio ambiente e na propriedade, o que pode prejudicar safras futuras.
  • Práticas Sustentáveis: O governo deve incentivar a adoção de práticas sustentáveis na produção agrícola para mitigar os impactos da reforma no meio ambiente.

Regionalização do Impacto

  • Regiões com maior produtividade: As regiões com maior produtividade e competitividade no agronegócio podem ser mais beneficiadas pela reforma –
  • Desenvolvimento Regional: O governo deve implementar políticas públicas para promover o desenvolvimento regional do agronegócio, especialmente em regiões menos favorecidas.

Cenários Futuros:

  • Crescimento Sustentável: A reforma pode contribuir para o crescimento sustentável do agronegócio brasileiro, desde que sejam mitigados os impactos negativos e promovidas práticas sustentáveis.
  • Competitividade Internacional: A reforma pode tornar o agronegócio brasileiro mais competitivo no mercado internacional, expandindo as exportações e gerando mais divisas para o país.
  • Desafios Sociais e Ambientais: É importante considerar os desafios sociais e ambientais que podem ser intensificados pela reforma, buscando soluções para garantir o desenvolvimento sustentável do setor, o que será benéfico para empresas ligadas ao agro que investem em inovação e soluções para o setor.

É necessário monitoramento, avaliação e capacidade de adaptação:

A reforma tributária apresenta oportunidades e desafios para o agronegócio brasileiro.

É fundamental monitorar e avaliar os efeitos da reforma ao longo do tempo, com estudos e pesquisas que identifiquem seus impactos nos diferentes segmentos do agronegócio, até porque levará alguns anos ainda para a sua completa implementação, que começará apenas em 2026.

Se a reforma será um sucesso ou não na perspectiva nacional do setor, é algo que dependerá da capacidade dos governos federais e municipais de mitigar os impactos negativos, especialmente sobre os pequenos e médios produtores; garantir a segurança jurídica e promover o diálogo com o setor.

Já falando individualmente, pensando em cada produtor, podemos dizer que o futuro do agronegócio dependerá, em grande parte, da sua capacidade de se adaptar às novas regras; de aproveitar as oportunidades oferecidas pela reforma; e ter organização interna e respaldo suficientes para o período de adequação, sem prejuízos à produção e faturamento.

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